domingo, 10 de fevereiro de 2008

O Dicionário de Formas













Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei por uma princesa que acabara de chegar do outro lado da Terra. Bolei para ela um dicionário de quatro palavras: bola, quadrado, retângulo, triângulo. Japonês se escreve com desenhos. Com desenhos a princesa aprenderia português!

Não demorou, ela estava arrasando. Ia até meu carrinho e pedia, desenhando no ar:
– Triângulo-bola.

Sorvete na casquinha! O dicionário funcionava às maravilhas.

Eu? Mandava bilhetes. Desenhava um quadrado com um triângulo em cima e escrevia: casa!!!
Caprichava nos pontos de exclamação. Casa!!! Casa!!! Fácil de entender: casa comigo.
Mas toda princesa tem uma fera para encontrar bilhetes. Uma hora a fera mandou me chamar. Aí…

Aí eu transformei ponto de exclamação em sinal de aguaceiro:
– Um traço com um pingo é chuva. Três – !!! – muita chuva. Casa, chuva, chuva, chuva. Estou só avisando… Cuidado com goteiras.

Acabei subindo e limpando as calhas do telhado do futuro sogro e as de cada um de seus amigos e parentes.
Hoje, 60 anos depois, repito, valeu a pena. E lá vou eu apanhar uns triângulos vermelhos para a minha rainha arrumar no triângulo do retângulo do quadrado da frente. Perfeito. Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada
com os… Como é mesmo? Vá lá! Com os triângulos vermelhos.

Conto de Angela Lago,
ilustrado por Patricia Lima.
Foto de Eduardo Delfim

Retirado da revista Nova Escola



- Edição Especial: Contos - Vol. 2














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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Abertura do Caderno

Na abertura do Caderno de Leitura, é legal iniciar com um texto que fale alguma coisa sobre este momento importante na vida da criança. Para esta finalidade, eu escolhi a poesia "Por Enquanto Sou Pequeno", de Pedro Bandeira:


Por Enquanto Sou Pequeno


Por enquanto sou pequeno,
muita coisa eu não sei.
Eu só sei que estou gostando
deste mundo onde eu cheguei.

Não me apressem por favor,
sei que ainda não cresci.
Mas vejam que eu estou tentando,
me esperem que eu chego aí!


Pedro Bandeira

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