segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Meus Presentes de Natal














O Natal já vem aí,
tempo de ganhar presentes.
Muita coisa eu já pedi
e eu sei que vou ganhar.
Mas agora faço a lista
Dos presentes que eu vou dar!


Eu vou dar pro meu irmão
um presente de abafar:
vou deixar que ele brinque
com as coisas que eu ganhar!
Mas espero que ele saiba
que dos brinquedos todos
eu tenho muito ciúme.
Pois que brinque um pouco só.
Ele que não se acostume!


Pra vovó, que enxerga pouco,
vou arranjar um tempinho
para ler em voz bem alta
as histórias que ela gosta.
Só não quero que ela peça
para ler histórias chatas
de tempos que eu não vivi.
Será que ela vai gostar
se eu ler pra ela um gibi?


Para o papai eu prometo,
e sei que ele vai gostar:
não barbeio o cachorro
com o seu aparelho de barbear!


A minha mãe bem merece
uma oferta especial.
Meu presente de Natal
Vai a ela aliviar:
Prometo que vou tomar banho
sem que ela venha chamar!


Mais eu ofereço mais outro,
pra minha mãe aguardar:
não roubo mais doce do armário,
antes de me deitar!


Bom, há um certo exagero
nessa generosidade,
pois não sei se tenho mesmo
tanta força de vontade...


Esse presente é demais,
Acho que não me convém.
Esse é melhor esperar,
pra dar no ano que vem!


Pedro Bandeira

Menino Rico Escreve à Papai Noel















Papai Noel: - me perdoa,
Não sei me explicar direito
Minha letra não é boa,
De escrever não tenho jeito.
Sou apenas um menino
Igualzinho aos outros mais.
Tenho fama de granfino
Pois granfinos são meus pais.

O que eu conto é verdadeiro,
É tempo que eu desabafe:
Papai é grande banqueiro,
Mamãe joga pif-paf.

A vida deles se arrasta
Na maior monotonia:
Pois toda noite ela gasta
O que ele ganha de dia.

Dessa troca talvez sobre
Muito dinheiro, no meio.
Mas ninguém pensa no pobre
Que ser pobre é triste e feio.

Mamãe (gosto tanto dela!)
Me disse ontem: - Meu filhinho,
Não te esqueças, na janela,
De botar teu sapatinho.

Ora, eu nada mais espero
Este ano de especial
Pois mal uma coisa eu quero
Ganho mesmo sem Natal.

Logo, sem pedido algum,
Porém alegre e risonho
Em vez de botar só um
Meus sapatos todos, ponho.

E indo amanhã pelas ruas
Eu peço, Papai Noel,
Meus brinquedos distribuas
Com Zé, Pedrinho e Manoel.

Esse grupo é meu amigo.
No alto do morro é que mora
E sempre brinca comigo
Quando a Mamãe está fora.

Não te escreveram com medo.
Mas bem que tinham razão:
Como iam pedir brinquedo
Se vivem... de pé no chão


Álvaro Armando

Canção do Natal















Hoje é noite de Natal
Vou cantar para Jesus
Um parabéns igual
Aos sinos da Catedral.


Natal chegou, Natal chegou
Feliz estou, feliz estou
Papai Noel deixou
Presentes, carinho e amor.


Quero bem alto gritar
O Menino Jesus e Papai Noel
Nesta noite, vêm me visitar
Irei vigiar o céu, quero vê-los chegar.



Rosângela Trajano

Os Reis Magos



















Diz a Sagrada Escritura
Que, quando Jesus nasceu,
No céu, fulgurante e pura,
Uma estrela apareceu.

Estrela nova ... Brilhava
Mais do que as outras; porém
Caminhava, caminhava
Para os lados de Belém.

Avistando-a, os três Reis Magos
Disseram: “Nasceu Jesus!”
Olharam-na com afagos,
Seguiram a sua luz.

E foram andando, andando,
Dia e noite a caminhar;
Viam a estrela brilhando,
sempre o caminho a indicar.

Ora, dos três caminhantes,
Dois eram brancos: o sol
Não lhes tisnara os semblantes
Tão claros como o arrebol

Era o terceiro somente
Escuro de fazer dó ...
Os outros iam na frente;
Ele ia afastado e só.

Nascera assim negro, e tinha
A cor da noite na tez :
Por isso tão triste vinha ...
Era o mais feio dos três !

Andaram. E, um belo dia,
Da jornada o fim chegou;
E, sobre uma estrebaria,
A estrela errante parou.

E os Magos viram que, ao fundo
Do presépio, vendo-os vir,
O Salvador deste mundo
Estava, lindo, a sorrir

Ajoelharam-se, rezaram
Humildes, postos no chão;
E ao Deus-Menino beijaram
A alava e pequenina mão.

E Jesus os contemplava
A todos com o mesmo amor,
Porque, olhando-os, não olhava
A diferença da cor ...


Olavo Bilac

Natal















Jesus nasceu ! Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela pobre estrebaria ...

Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus ...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na Cruz.

Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.

Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes,
Foi para os pobres seu primeiros olhar.

No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presépio os guia.
Vêem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.

Sobrem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu ! Natal ! Natal !
Sobre esta palha está quem salva o mundo,
Quem ama os fracos, quem perdoa o Mal !

Natal ! Natal ! Em toda Natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia ...
Salve, Deus da Humildade e da Pobreza,
Nascido numa pobre estrebaria !


Olavo Bilac