De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
- Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
- Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
- Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
- Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: - É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
- Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
- Mentira! Arara. Ora essa!
- Cristo nasceu! canta o galo.
- Aonde? pergunta o boi.
- Num estábulo! - o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
- Em Belém! Mé! Em Belém!
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.
Vinicius de Moraes
domingo, 2 de dezembro de 2007
Natal
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3 comentários:
Amei ! Não conhecia esta poesia do "Vina", e vou levar para a criançada. Obrigada, querida ! bejinhos, Betty
Querida amiga, desejo a vc e aos seus um lindo Natal e um 2008 cheio de saúde, paz, alegria, amor, sucesso e tudo mais que vc possa querer. Um beijo carinhoso, Betty
Nossa Amei este blog!Parabens
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