
Mário Quintana
O ano passado eu postei esta mesma poesia aqui. Porém, agora tenho as imagens das aitivdades que realizei com meus alunos. Por conta disso, posto novamente.
Eu não usei a poesia inteira com meus alunos pois ela é muito longa, peguei apenas um trecho que considerei mais interessante para eles.
Os Sonhos do Saci
Saci-Pererê
saracoteia na mata.
Saci-Pererê
só assusta, não mata.
Saci sirigaita,
solitário e sabichão.
Saci agarra a gaita
e toca uma canção.
Saci, lá no sítio,
apronta um sururu.
Saci, em seu sonho,
dança o cururu.
Saci, em seu sonho,
é mais serelepe.
Saci, em seu sonho,
é bem mais risonho,
é bem mais moleque.
Saci, lá na selva,
salta e samba só.
Saci, lá na relva,
sonha que dá dó.
Com quem sonha o Saci?
Saci, com quem será?
-Eu sonho com duas pernas,
saltando de lá pra cá...
Leão! Leão! Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?
O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.
Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera . . .
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Vinicius de Moraes
Atividade gráfica 1 - realizada pelo aluno Miguel
de 3 anos e 10 meses ( recorte a dedo, colagem e desenho)
Atividade gráfica 2 - realizada pelo aluno Henri
de 4 anos e 8 meses (colagem das formas geométricas,
recorte a dedo, colagem e desenho)
Poesia de Olavo Bilac musicalizada por Hélio Ziskind.
Postado por Alexandra
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A Joaninha
com suas pretas pintinhas
e seu corpo de brasa acesa
é uma graça, uma beleza.
É a coisa mais fofinha
de toda a natureza.
Sabendo de sua beleza,
a Joaninha se olha no espelho
cheia de vaidade
e ajeita bem as pintinhas
como se fosse à cidade.
A Joaninha
tá gordinha,
mas dá gosto de ver,
dia e noite,
noite e dia,
não pára de comer.
A Joaninha
só tem grande medo
quando vê um passarinho.
Pra se salvar, a Joaninha
também tem o seu segredo:
solta logo um cheirinho
que tonteia o passarinho.
Elias José
Um livro
é uma beleza,
é caixa mágica
só de surpresa.
Um livro
parece mudo,
Mas nele a gente
descobre tudo.
Um livro
tem asas
longas e leves
que, de repente,
levam a gente
longe, longe
Um livro
é parque de diversões
cheio de sonhos coloridos,
cheio de doces sortidos,
cheio de luzes e balões.
Um livro é uma floresta
com folhas e flores
e bichos e cores.
É mesmo uma festa,
um baú de feiticeiro,
um navio pirata do mar,
um foguete perdido no ar,
É amigo e companheiro.
Elias José
.
Na abertura do Caderno de Leitura, é legal iniciar com um texto que fale alguma coisa sobre este momento importante na vida da criança. Para esta finalidade, eu escolhi a poesia "Por Enquanto Sou Pequeno", de Pedro Bandeira:
Por Enquanto Sou Pequeno
Por enquanto sou pequeno,
muita coisa eu não sei.
Eu só sei que estou gostando
deste mundo onde eu cheguei.
Não me apressem por favor,
sei que ainda não cresci.
Mas vejam que eu estou tentando,
me esperem que eu chego aí!
Pedro Bandeira
.
De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
- Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
- Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
- Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
- Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: - É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
- Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
- Mentira! Arara. Ora essa!
- Cristo nasceu! canta o galo.
- Aonde? pergunta o boi.
- Num estábulo! - o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
- Em Belém! Mé! Em Belém!
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.
Vinicius de Moraes
O Natal já vem aí,
tempo de ganhar presentes.
Muita coisa eu já pedi
e eu sei que vou ganhar.
Mas agora faço a lista
Dos presentes que eu vou dar!
Eu vou dar pro meu irmão
um presente de abafar:
vou deixar que ele brinque
com as coisas que eu ganhar!
Mas espero que ele saiba
que dos brinquedos todos
eu tenho muito ciúme.
Pois que brinque um pouco só.
Ele que não se acostume!
Pra vovó, que enxerga pouco,
vou arranjar um tempinho
para ler em voz bem alta
as histórias que ela gosta.
Só não quero que ela peça
para ler histórias chatas
de tempos que eu não vivi.
Será que ela vai gostar
se eu ler pra ela um gibi?
Para o papai eu prometo,
e sei que ele vai gostar:
não barbeio o cachorro
com o seu aparelho de barbear!
A minha mãe bem merece
uma oferta especial.
Meu presente de Natal
Vai a ela aliviar:
Prometo que vou tomar banho
sem que ela venha chamar!
Mais eu ofereço mais outro,
pra minha mãe aguardar:
não roubo mais doce do armário,
antes de me deitar!
Bom, há um certo exagero
nessa generosidade,
pois não sei se tenho mesmo
tanta força de vontade...
Esse presente é demais,
Acho que não me convém.
Esse é melhor esperar,
pra dar no ano que vem!
Pedro Bandeira
Hoje é noite de Natal
Vou cantar para Jesus
Um parabéns igual
Aos sinos da Catedral.
Natal chegou, Natal chegou
Feliz estou, feliz estou
Papai Noel deixou
Presentes, carinho e amor.
Quero bem alto gritar
O Menino Jesus e Papai Noel
Nesta noite, vêm me visitar
Irei vigiar o céu, quero vê-los chegar.
Rosângela Trajano
Eu tenho um automóvel
diferente
que não assusta bicho
nem atropela gente.
Um automóvel
que espera na sua
até a tartaruga
atravessar a rua.
Um automóvel
que não ganha corrida
mas nunca fez ninguém
perder a vida.
Um automóvel
que durante a viagem
sem pressa nenhuma
admira a paisagem.
Um automóvel
que não polui o ar.
Subam nele, crianças:
vamos passear.
José Paulo Paes
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Pra resolver o problema
Do trânsito na cidade,
A Prefeitura de Icó
Teve grande habilidade.
Implantou uma novidade
Que no mundo não tem par:
As novas placas de trânsito
São capazes de falar.
Uma avisa: "Devagar!"
E completa na seqüência:
"Vai tirar o pai da forca?
Tenha santa paciência!!"
Outra faz a advertência:
"Perigo: curva fechada."
Tem uma que grita: "Pare!",
Outra diz: "Olha a lombada!"
Tem uma que dá risada
E asseguir um assobio.
Só depois é que ela fala:
"Ponte estreita sobre o rio."
Uma delas diz: "Desvio",
Outra berra: "Contramão!"
Outra ainda diz bem brava:
"Proibido caminhão!"
Uma diz com ar chorão:
"Não pare neste local."
Tem outra que fala manso:
"Não buzine!... Hospital!"
Só na praça principal
Teve falha no sistema,
Por causa dum poste frouxo
Que vive dando problema.
Este poste fura o esquema
Porque, ao ver se aproximar
Um maluco no volante,
Treme e grita sem parar:
"Ninguém vai me segurar!!
Ai, meu Deus! Meu Deus! Socorro!!"
E já sai correndo à toda,
Mais veloz do que um cachorro!
Ricardo da Cunha Lima
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Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)
Cecília Meireles
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A Primavera explodiu
em folhas e cores novas!
Quem fez tudo ninguém viu
mas as flores são as provas...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
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Postado por Alexandra
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