A Orquídea no jardim
É das flores a mais bela
Pena que nem todos podem
Sentir o perfume dela
É o que vamos contar
Aqui nesta historinha
Que fala da aventura
De uma verde Lagartinha
Era verde como a grama
Com faixinhas amarelas
Admirava suas pétalas
Nunca viu flores tão belas
Queria cheirar seu néctar
O odor de seu perfume
Mas não sabia voar
Como faz o Vaga-lume
Vivia a flor num galho
Do pé de Ipê-amarelo
Parecia muito alta
Como a torre de um castelo
A Lagarta pequenina
Decidiu fazer assim:
Pedir ajuda aos insetos
Que moravam no jardim
Foi falar com a Cigarra
Que não quis lhe ajudar
Ficava com sua guitarra
O dia inteiro a cantar
Ela tentou outra vez
Foi falar com o Besouro
Que não queria voar
Pois seu tempo vale ouro
Nossa amiga insistente
Encontrou a Carochinha
Ela estava ocupada
Brincando de amarelinha
Pensou que era sua chance
Ao encontrar as Formigas
Que só brincavam de roda
Cantando suas cantigas
Persistente foi falar
Desta vez com as Joaninhas
Que só pintavam bolas
Coloridas nas asinhas
E por ser determinada
Foi chamar as Abelhinhas
Que tinham que fazer mel
Dentro de suas casinhas
Não perdeu a esperança
Com o Grilo foi falar
Mas por ele ser atleta
Só tem tempo pra treinar
Por ela não desistir
A Libélula lhe diz:
Não posso abandonar
Meu ninho nessa raíz
Então ela foi pedir
Pra Centopéia uma ajuda:
Que não podia ajudar
Pois se achava tão miúda
Não quis mais pedir apoio
Viu a Aranha em sua frente
Correu o quanto podia
E descansou finalmente
Estava triste e cansada
Ninguém quis lhe ajudar
Estavam tão ocupados
Com causa particular
A canseira deu soninho
Pegou num sono profundo
Envolveu-se num casulo
Parecia outro mundo
Quando ela acordou
Seu corpo era diferente
Agora tinha duas asas
Voou assim de repente
Passeou pelo jardim
Ficaram todos pasmados
O inseto rastejante
Ficou todo transformado
Era uma linda Borboleta
Com asas multi-colores
A voar pelo jardim
E pousar nas belas flores
Então ela resolveu
Viver seu sonho enfim
Pousar na bela Orquídea
A flor mais bela do jardim
Sentiu a maior doçura
No perfume desta flor
E beijar seu néctar doce
Foi um ato de amor
Eis uma lição de vida
Que a borboleta nos diz:
Viva o seu próprio sonho
Pra ser muito mais feliz
Tchello d'Barros
sábado, 15 de setembro de 2007
O Jardim na Primavera
sábado, 19 de maio de 2007
A Seca e o Inverno
Na seca inclemente no nosso Nordeste
O sol é mais quente e o céu, mais azul
E o povo se achando sem chão e sem veste
Viaja à procura das terras do Sul
O campo e a floresta prometem fartura
Escutam-se as notas alegres e graves
Dos cantos das aves louvando a natura
Apita a nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre os verdores
Beijando os primores do meu Cariri
De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes
Se o dia desponta vem nova alegria
A gente aprecia o mais lindo compasso
Além do balido das lindas ovelhas
Enxames de abelhas zumbindo no espaço
No rumo da roça de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo e contente
Lançar a semente na terra molhada
Fiel prazenteiro modesto e feliz
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso do nosso país
Cordel de Patativa do Assaré,
ilustrado por Joana Lira

Cordel
A literatura de cordel é um tipo de poesia narrativa popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola.
Existem rimas feitas de improviso que se assemelham aos poemas de cordel, porém aí já ganham outra conotação: a embolada e outros repentes são exemplos. .............................................................................................................................. Ele tem uma importância muito grande para a nossa cultura, pois estimula o dom natural daqueles que fazem rimas populares. .................................................................................................................................
Para uma poesia ser considerada Literatura de Cordel, as características fundamentais são simplicidade, através do uso de termos compreensíveis, sem
necessariamente compor um texto forçado; relato, considerando que a poesia de cordel deve conter uma história; e rima, dentro daqueles estilos tradicionais.
"O cordel veio da Europa
no fim do século passado
no Nordeste do Brasil
ele foi bem implantado
e os poetas conseguiram
com ele bom resultado. "
José Francisco Borges
Fontes: