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domingo, 15 de junho de 2008

Poesia - O Leão

Leão! Leão! Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.


Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!


Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.


Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?


O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.


Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera . . .
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.


Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!


Vinicius de Moraes


Atividade gráfica 1 - realizada pelo aluno Miguel
de 3 anos e 10 meses ( recorte a dedo, colagem e desenho)

Atividade gráfica 2 - realizada pelo aluno Henri
de 4 anos e 8 meses (colagem das formas geométricas,
recorte a dedo, colagem e desenho)



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para baixar a música


domingo, 2 de dezembro de 2007

Natal

De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:

- Cristo nasceu!

O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:

- Aonde? Aonde?

Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:

- Em Belém! Em Belém!

Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:

- Foi sim que eu estava lá!

E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: - É mentira!

Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.

O pombal todo arrulhava:
- Cruz credo! Cruz credo!

Brava
A arara a gritar começa:

- Mentira! Arara. Ora essa!

- Cristo nasceu! canta o galo.
- Aonde? pergunta o boi.
- Num estábulo! - o cavalo
Contente rincha onde foi.

Bale o cordeiro também:

- Em Belém! Mé! Em Belém!

E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.


Vinicius de Moraes